“Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva”. (BNCC)
Sobre as
propostas de aplicação das chamadas Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação (TDIC) no ambiente escolar, reunimos a opinião de especialistas de
sistemas de ensino que já oferecem essas possibilidades a seus parceiros.
Com a
homologação da BNCC, a proposta do Ministério da Educação (MEC), é que os
currículos escolares sejam adaptados ao longo do ano, já que a implementação da
nova base deve ser iniciada em 2019 e se prolongar até 2020. É o momento de
conhecer, adaptar ou, até mesmo, descobrir quais Tecnologias Digitais de
Informação e Comunicação se adequam à realidade da instituição de ensino,
impactando de forma positiva professores, gestores, pais e, é claro, alunos.
Para a Alonso,
Aragón, Silva e Charzuk (2014, p. 154), amplia-se o anterior quando:
“cultura digital”, é importante
perceber que os elementos e características até o momento postos, adquirem
materialidade quando pensados conjuntamente por serem interdependentes,
implicando-se mutuamente, por isso a ideia de fluxo que se
movimenta a depender da maneira pela qual o conjunto se forma. Daí a
complexidade de compreensão do vivido, de como são atravessadas as experiências
humanas mediadas tecnologicamente, característica fundamental da “cultura
digital”.
Evidentemente
que tal uso é a expressão mais clara de transformações profundas por que passam
as sociedades, principalmente as ocidentais. No movimento de criação,
recriação, uso e reinvenção das TIC, há uma gama enorme de acontecimentos que
mobilizam nossos cotidianos e modos de ser e estar no mundo. Se, no campo
econômico, as sociedades tecno - informacionais priorizam o uso das TIC para
integrar a produção, como nos ensinou Santos (1996), no âmbito do consumo das
mídias digitais – internet, telefonia móvel, jogos de computador, televisão
interativa, entre as principais – tem-se, como afirmou Buckingham (2010, p.
37-38), elemento “indispensável no tempo de lazer das crianças e jovens. De
fato, a primeira relação deles com tecnologia digital já não ocorre no contexto
escolar como fora nos anos de 1980 e mesmo no início dos 1990, pois ela se
tornou do domínio da cultura popular”. Essa é uma ruptura importante para se
pensar o contexto educacional em suas possibilidades e impossibilidades,
tratando disso e do uso mais intenso das TIC.
Quando se
constata que a cultura digital ainda está em construção e que da compreensão do
seu processo de instauração depende a manutenção das nossas democracias; que as
tecnologias digitais abrem possibilidades de verdadeiros avanços sociais e
econômicos, bem como geram riscos de sérios retrocessos; que as escolas podem e
precisam assumir papel protagonista nesse processo e nem esgotando a discussão,
que as tecnologias digitais criam novas e promissoras possibilidades
pedagógicas que podem contribuir na superação dos complexos desafios
enfrentados pelas instituições escolares nos dias de hoje.
Outro aspecto da relevância está no grande
aprendizado resultante do processo. A gestão do projeto, fundamentada na gestão
colaborativa (CERNY, 2009), gerou uma grande ação coletiva iniciada já na fase
da concepção das diretrizes pedagógicas e mantida durante a criação e o
desenvolvimento dos materiais. Todo o material, de domínio público e totalmente
acessível via computadores e dispositivos móveis, compõe um acervo que
esperamos possa estabelecer uma nova fronteira para a formação de professores
na cultura digital. Os materiais foram concebidos para serem utilizados em
diferentes contextos, possibilitando diferentes metodologias de formação, pois
podem ser combinados de diversas formas, gerando processos formativos mais
adaptados à realidade da escola.
Assim, além da
própria gestão colaborativa, que já se constituía por si só numa inovação,
muitos outros aspectos inovadores surgiram durante sua execução, devidos
principalmente à ampla interlocução e à troca de ideias entre profissionais de
diferentes idades, instituições, práticas e áreas acadêmicas (foram em torno de
150 pessoas de todo o Brasil). Sem dúvidas algo inovador e que deu certo, porém
parou no tempo, os equipamentos ainda são de 2009, o que impede diversas
atualizações e programas mais modernos e eficazes para os dias atuais.