domingo, 17 de fevereiro de 2019

TCC


Desde o início do curso já tinha certo interesse em temática que envolvesse a inclusão, pois desde 2011, quando comecei a trabalhar com turmas de Ensino Fundamental, sendo na maioria das vezes com 3° ano, esse é um assunto que me intriga, me provoca e por vezes até me angustia.
E para confirmar essa vontade, ao voltar ao trabalho, após férias de julho, depois de um período em casa em Licença Maternidade, me deparo com uma turma de 3º ano, com três alunos incluídos, um com autismo, acompanhado de uma profissional de apoio, e outros dois com deficiência física, foi aí que tive a certeza de que esse deveria ser o tema do meu TCC.
Minha principal preocupação não é só incluir o aluno com deficiência, socialmente, mas proporcionar que ele desenvolva suas potencialidades, pois acredito na capacidade de cada indivíduo independentemente das suas limitações.
A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. (BRASIL, 2008, p. 1).
Há uma certa agonia e preocupação por não me sentir preparada para lidar com determinadas situações e até mesmo os manejos com certos alunos em virtude de motivos variados: falta de informação, formação, estrutura, recursos, entre outros.
A Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir ‘tratamento especial’ para os alunos com “deficiências físicas, mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender as necessidades educacionais especiais e acaba reforçando o encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais. (BRASIL, 2008, p. 3).
Além da falta de estrutura e formação, que são os fatores mais agravantes, penso que é no 3° ano que as maiores complicações aparecem, pois, infelizmente o ensino encontra-se enfraquecido. É no 3° ano que os alunos precisam consolidar a alfabetização, além do “turbilhão” de conteúdos e aí qual o tempo que sobra para o professor dar a devida atenção àquele aluno incluído? Sendo que na maioria das vezes as turmas são lotadas e os alunos possuem diferentes necessidades/dificuldades. Além do professor não ter, em sua maioria, formação adequada para atender o aluno com deficiência, ainda possui uma demanda extensiva, que acabam por não serem atendidas, tornado o ensino cada vez mais defasado.  
Diante de tais inquietações, a ideia é fazer um estudo de caso sobre a experiência docente.
Segundo Yin (2005), o estudo de caso pode ser uma importante estratégia metodológica para a pesquisa em ciências humanas, porque permite ao investigador um aprofundamento em relação a problemática estudado. Ao mesmo tempo, o estudo de caso favorece uma visão da totalidade dos acontecimentos vivenciados, destacando-se seu caráter de investigação empírica de fenômenos contemporâneos.
Assim sendo, pretendo utilizar como estratégia investigativa, entrevistas. Os entrevistados serão professores em diferentes campos de atuação: direção, sala de aula, sala de recursos, na intenção de confrontar as respostas e a visão de cada um sobre a problemática, de modo que ao final seja possível chegar o mais perto possível de uma resposta que seja favorável a melhoria da minha prática de ensino e quem sabe poder compartilhar as descobertas com outrem.






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