Desde
o início do curso já tinha certo interesse em temática que envolvesse a
inclusão, pois desde 2011, quando comecei a trabalhar com turmas de Ensino
Fundamental, sendo na maioria das vezes com 3° ano, esse é um assunto que me
intriga, me provoca e por vezes até me angustia.
E
para confirmar essa vontade, ao voltar ao trabalho, após férias de julho,
depois de um período em casa em Licença Maternidade, me deparo com uma turma de
3º ano, com três alunos incluídos, um com autismo, acompanhado de uma
profissional de apoio, e outros dois com deficiência física, foi aí que tive a
certeza de que esse deveria ser o tema do meu TCC.
Minha
principal preocupação não é só incluir o aluno com deficiência, socialmente,
mas proporcionar que ele desenvolva suas potencialidades, pois acredito na
capacidade de cada indivíduo independentemente das suas limitações.
A educação inclusiva
constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos
humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que
avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
(BRASIL, 2008, p. 1).
Há
uma certa agonia e preocupação por não me sentir preparada para lidar com
determinadas situações e até mesmo os manejos com certos alunos em virtude de
motivos variados: falta de informação, formação, estrutura, recursos, entre
outros.
A Lei nº. 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao
definir ‘tratamento especial’ para os alunos com “deficiências físicas,
mentais, os que se encontrem em atraso considerável quanto à idade regular de
matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino
capaz de atender as necessidades educacionais especiais e acaba reforçando o
encaminhamento dos alunos para as classes e escolas especiais. (BRASIL, 2008, p. 3).
Além
da falta de estrutura e formação, que são os fatores mais agravantes, penso que
é no 3° ano que as maiores complicações aparecem, pois, infelizmente o ensino
encontra-se enfraquecido. É no 3° ano que os alunos precisam consolidar a
alfabetização, além do “turbilhão” de conteúdos e aí qual o tempo que sobra
para o professor dar a devida atenção àquele aluno incluído? Sendo que na
maioria das vezes as turmas são lotadas e os alunos possuem diferentes
necessidades/dificuldades. Além do professor não ter, em sua maioria, formação
adequada para atender o aluno com deficiência, ainda possui uma demanda
extensiva, que acabam por não serem atendidas, tornado o ensino cada vez mais
defasado.
Diante
de tais inquietações, a ideia é fazer um estudo de caso sobre
a experiência docente.
Segundo Yin (2005), o estudo de caso pode ser uma importante estratégia metodológica para a
pesquisa em ciências humanas, porque permite ao investigador um aprofundamento
em relação a problemática estudado. Ao mesmo tempo, o estudo de caso favorece
uma visão da totalidade dos acontecimentos vivenciados, destacando-se seu
caráter de investigação empírica de fenômenos contemporâneos.
Assim sendo, pretendo utilizar como estratégia
investigativa, entrevistas. Os entrevistados serão professores em diferentes
campos de atuação: direção, sala de aula, sala de recursos, na intenção de
confrontar as respostas e a visão de cada um sobre a problemática, de modo que
ao final seja possível chegar o mais perto possível de uma resposta que seja
favorável a melhoria da minha prática de ensino e quem sabe poder compartilhar
as descobertas com outrem.
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