Wallon
acredita na concepção psicogenética dialética do
desenvolvimento, o qual ocorreria por uma
sucessão de estágios, à maneira da teoria de
Piaget, mas através de um processo assistemático e contínuo, em que a criança
oscila entre a afetividade e a inteligência.
Essa forma
de pensar a afetividade como um ponto essencial ao desenvolvimento é inovadora,
pois a teoria
walloniana resgata o orgânico na formação da pessoa, ao mesmo tempo em que
indica que o meio social vai gradativamente transformando esta afetividade
orgânica, moldando-a e tornando suas manifestações cada vez mais sociais.
Quando a mãe, por exemplo, ao
mostrar carinhosamente ao bebê que é “bonito” fazer carinho ao invés de bater,
ele é estimulado a sentir vontade de retribuir a ação e ao mesmo tempo, está
aprendendo boas atitudes de convivência ou quando um pai demonstra segurança
quando está ensinando um filho a andar de bicicleta, ele está incentivando- a
conseguir conquistar seu objetivo que é aprender a andar de bicicleta.
Com relação a isso, Wallon afirma:
“jamais
pude dissociar o biológico e o social, não porque o creia redutíveis entre si,
mas complementares, desde o nascimento, que a vida psíquica só pode ser
encarada tendo em vista suas relações recíprocas”
Dessa forma, fica evidente que a
afetividade de fato contribui positivamente para o desenvolvimento da criança.
Nos estudos
sobre a criança, ele não coloca a inteligência como peça principal do
desenvolvimento, mas defende que a vida psíquica é formada por três dimensões: motora,
afetiva e cognitiva, que convivem e operam de forma integrada.
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