Pensar
felicidade na escola me remeteu ao início da minha vida docente. Tempo em que
eu trabalhava na Educação Infantil, eram tempos felizes tanto para as crianças,
quanto para mim. Ensinei e aprendi muito com eles. Houve momentos sérios e
momentos de descontração, mas o mais importante era que havia alegria em estar
ali. Havia motivação, troca, emoção em ensinar e aprender.
Não que
esses momentos felizes não existam mais, mas acho que se perderam um pouco.
Atualmente, trabalho no Ensino Fundamental e, embora haja momentos de
felicidade, também existem aqueles “não tão felizes”.
As minhas
aulas são pensadas e planejadas levando em consideração os interesses dos
alunos, agregadas de outros obrigatórios.
Identifiquei-me
com a ideia de Snyders que fala
em fazer uma “síntese da Pedagogia Tradicional com a Pedagogia Nova, que
resume bem como é minha prática docente.
Aquilo que existe de muito importante
na pedagogia não-diretiva é o desejo da felicidade do aluno, (...). Mas o que
nessa pedagogia me parece perigoso é o risco de conformismo, porque o desejo
dos alunos não vai, por si próprio, além dos seus limites de classe social, bem
como um risco de cepticismo, por não se ousar, não se poder ousar, fazer com
eles um trabalho de aprofundamento e desmascaramento das Georges Snyders: O meu
sonho consistiria em unir os valores positivos da pedagogia não-diretiva a um
processo que jogaria também com os conteúdos do ensino e com as ideias de que
os alunos devem se apropriar. (Snyders, 1984:21)
O filme
Sociedade dos Poetas mostra a alegria na escola, o aprender com emoção, a vontade
de fazer diferente...
Já o
filme Entre os Muros da Escola, mostra a parte não muito feliz da escola, mas
com um professor que acredita que pode fazer diferente. Esse filme me lembrou
de uma escola a qual passei ano passado. Era uma escola com alunos sem
perspectiva e a equipe que lá trabalha não faz nada para mudar, acreditam que
para eles não precisa muito, pois de nada vai adiantar... acham que estão
predestinados à miséria ou tráfico. Os alunos de fato são bem carentes, não
querem estudar, não respeitam ninguém. Mas tudo isso por quê? Porque ninguém
acredita neles. Fiquei pouco tempo na escola, tentei de tudo um pouco, sem
sucesso e por fim deixei a escola. Por querer fazer diferente, não fui muito
aceita pelo grupo, dessa forma, praticamente todos os meus dias nessa escola
foram infelizes e assim que surgiu oportunidade, saí.
Atualmente
trabalho quarenta horas na mesma escola e posso dizer que há momentos felizes e
não felizes. Felizes quando todos estamos engajados no mesmo propósito, quando
alunos demonstram alegria no que fazem e não felizes pela precariedade em que
as escolas estaduais se encontram, sem o mínimo de recursos.
A postagem tem linguagem simples, acessível.
ResponderExcluirMostra coerência entre a teoria e a prática usada como exemplo, além de embasamento teórico, tanto trazendo conhecimentos adquiridos a partir das leituras feitas como dos filmes assistidos.
Além disso, existe uma sutil crítica a atual situação da educação e a realidade precária de nossas escolas.
Considero, essa, uma postagem qualificada.
A colega escreveu sobre felicidade na escola, suas experiências neste assunto.
ResponderExcluirOs argumentos não ficaram muito evidentes. Falou sobre filmes que abordam este tema. Usou de referencial teórico.
Penso que o texto foi escrito mais como um desabafo, ela poderia ter puxado ganchos em experiências de outras pessoas.